terça-feira, 24 de dezembro de 2013

OS BÓRGIAS

Os Bórgia ou Borja foram uma família nobre espanhola-italiana que se tornou proeminente durante o Renascimento.
Se tornaram proeminentes nos assuntos eclesiásticos e políticos nos séculos XV e XVI, produzindo três papas, Alfons de Borja, que governou como Papa Calisto III, durante os anos 1455-1458, Rodrigo Lanzol Borgia, como Papa Alexandre VI, durante os anos 1492-1503, e Giovanni Battista Pamphilj (descendente de Rodrigo Borgia), que governou como Papa Inocêncio X, durante os anos 1644-1655. Especialmente durante o reinado de Alexandre VI, foram acusados de vários crimes, em geral, sobre evidências consideráveis, incluindo adultério, simonia, roubo, estupro, corrupção, incesto e assassinato (especialmente homicídio por envenenamento por arsênico ).
Atualmente, são lembrados por seu governo corrupto e o nome se tornou sinônimo de traição e envenenadores; passando para a história como uma família cruel e desejosa de poder.
A chegada de Rodrigo Bórgia ao papado levou a família a participar de uma série de intrigas e disputas entre os vários pequenos estados em que a Itália estava dividida na época. Os Sforza, Orsini, Farnese, já foram aliados ou inimigos dos Bórgias. Especula-se que a ideia de Rodrigo poderia ter sido criar um império na terra, estendendo-se dos Estados Pontifícios a grande parte da Itália e passando para os seus direitos de dinastia, tanto sobre os territórios quanto sobre a liderança da Igreja Católica, embora esta hipótese realmente não esteja fundamentada. Os Bórgias passaram para a história graças à sua inteligência para sair de situações que pareciam perdidas. Com a morte de Alexandre VI em 1503 (provavelmente envenenado por quem mais tarde se tornou seu sucessor no trono de Roma), seu filho César (que inspirou o florentino Nicolau Maquiavel a escrever "O Príncipe"), teve de fugir de Roma e faleceu em Viana, Navarra, lutando ao lado de seu cunhado João III de Navarra, rei de Navarra. Por seu lado, Lucrezia Borgia em Ferrara, continuou o trabalho de seu pai como mecena.






Para saber mais:

Bórgias (Os Bórgias) é uma série televisiva de ficção histórica, que estreou em 2011, de produção canadense-húngara-irlandesa, criada por Neil Jordan.
A série é estrelada por Jeremy Irons como Rodrigo Bórgia (Papa Alexandre VI) e pelos atores David Oakes, François Arnaud, Holliday Grainger e Aidan Alexander que interpretam respectivamente os filhos Juan (Giovanni), Cesare, Lucrezia e Gioffre Bórgia. Derek Jacobi aparece como o Cardeal Orsini.
Estreou em 3 de abril de 2011, no canal pago Showtime nos Estados Unidos e no canal Bravo! no Canadá. A série atualmente é transmitida no Brasil pelo canal TNT, e já foi transmitida anteriormente pelo canal TCM. Estreia no Netflix brasileiro em setembro de 2013.




DICA DE LEITURA:
Os Bórgias
Autor: Puzo, Mario; Puzo, Mario
Editora: Record
Categoria: Literatura Estrangeira / Romance

Sinopse

Mario Puzo consagrou-se entre seus leitores e críticos de todo o mundo com seus romances sobre a Máfia. Apaixonado pelo tema, pesquisou as origens dessa organização criminosa e, nessa busca, viajou até a Itália do século XV. Lá descobriu a família Bórgia, liderada pelo cardeal Rodrigo Bórgia, um homem ambicioso e sem escrúpulos, que usou todos os meios para alcançar seus objetivos. Ao ser eleito papa, com o nome de Carlos VI, Rodrigo consolida seu poder em uma grande rede de alianças criminosas ], que deu origem à grande família mafiosa imortalizada, séculos depois, pelo próprio Puzo.
Os Bórgias é um romance histórico empolgante. Um retrato das origens do crime organizado que merece figurar entre os melhores livros da carreira de Mario Puzo.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

OPERAÇÃO CONDOR

A Operação Condor foi uma aliança político militar criada na América Latina, durante os anos da Guerra Fria. Lembrando que tudo o que fosse supostamente "comunista", era duramente perseguido. Todos os golpes militares que ocorreram na América Latina foi totalmente apoiado e financiado pelos Estados Unidos que tinha pavor da influência soviética em seu quintal. Baseando-se nisso, essa aliança foi criada entre o Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Uruguai e Paraguai, em conjunto com a CIA americana, com o objetivo de impedir o avanço comunista apoiando os líderes ditadores e organizando a repressão contra seus opositores. 
Montada por iniciativa do governo chileno , a Operação Condor durou até a onda de redemocratização, na década seguinte. A operação, liderada por militares da América Latina, foi batizada com o nome do condor, abutre típico dos Andes que se alimenta de carniça, como os urubus. Estima-se que a Operação Condor resultou em mais de 400 mil torturados e 100 mil assassinatos.
Há suspeitas de que a Operação Condor foi responsável pela morte de João Goulart, Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda, pois representavam uma "ameaça comunista".





segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PERSONALIDADES HISTÓRICAS - CAIO JÚLIO CÉSAR

Há quem pense que ele foi imperador, mas Caio Júlio César, foi um patrício, líder militar e político romano. Foi tão importante, que seu nome virou título de imperador de latinos (César), de russos (Czar) e de alemães (Kaiser). Nunca chegou a ser imperador, mas foi um grande general que conquistou diversos territórios para Roma. Chegou acumular alguns títulos como o de Pontífice Máximo e sendo elevado também ao título de Ditador Perpétuo de Roma, foi também cônsul, tribuno, supremo comandante do exército. Sob seu governo, promoveu-se uma reorganização político-administrativa em Roma, distribuíram-se terras entre soldados, impulsionou-se a colonização das províncias romanas, construíram-se estradas e edifícios e reformulou-se o calendário, a propósito, o mês de julho é em sua homenagem. 
Participou do Primeiro Triunvirato juntamente com Pompeu e Crasso. Durante o seu consulado em 59 a.C., César legislou terras para os soldados de Pompeu, apesar de forte contestação da facção conservadora do senado, e leis que favoreciam os negócios de Crasso. Em troca, obteve o apoio de Pompeu para conseguir a governação da Gália e iniciar a conquista de toda a região (Guerras Gálicas). Em 55 a.C., Pompeu e Crasso foram eleitos cônsules em parceria e prolongam o poder de César na Gália por mais cinco anos. Crasso assegurou ainda os fundos e legiões para a tão desejada campanha persa.
No ano seguinte, a morte de Júlia (filha de César e esposa de Pompeu) enfraqueceu a relação entre Pompeu e César e, em 53 a.C. Crasso foi morto pelos partas na Batalha de Carras. Sem mais nada a uni-los, Pompeu e César desfazem a aliança e transformam-se em inimigos.
Júlio César também ficou famoso por seu romance com a Rainha Cleópatra, a quem fez rainha do Egito - então uma das mais ricas províncias romanas. Mas em Roma os senadores não só desaprovavam essa união como usavam-na como pretexto para difamá-lo. Seus poderes foram tantos, que a aristocracia republicana temia a completa extinção das instituições da república. Acusado de pretender proclamar-se rei, foi assassinado, em 44 a.C., por um grupo de senadores liderados por seu sobrinho Brutus. Há quem diga que na hora de sua morte, teria dito: "até tu, Brutus?". Frase célebre que virou sinônimo de traição. 









Referências: COTRIM, Gilberto. História Global, Brasil e Geral. Ed. Saraiva. Volume único. p. 87.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

DICA DE LIVROS: "A ERA DOS EXTREMOS"




Era dos Extremos - O Breve Século XX 1914/1991
Autor: Hobsbawm, Eric J.; Hobsbawm, Eric J.
Editora: Companhia das Letras
Categoria: Geografia e Historia / Historia Mundial
















Quer aprender mais sobre Imperialismo, I e II Guerras Mundiais, Guerra Fria? Leia "A Era dos Extremos - O Breve Século XX 1914/1991". Eric Hobsbawm foi um dos maiores historiadores da atualidade, testemunha ocular de boa parte do que escreveu. É um livro fascinante!

"O século XX foi um período de grandes mudanças para Eric Hobsbawm, o século foi breve e extremado: sua história e suas possibilidades edificaram-se sobre catástrofes, incertezas e crises, decompondo o construído no longo século XIX. Aqui, porém, o desafio não é tanto falar das perplexidades de hoje, mas mergulhar nos acontecimentos, ações e decisões que desde 1914, constituíram o mundo dos anos 90, um mundo onde passado e futuro parecem estar seccionados do presente.
Somente Hobsbawm, com a concisão do historiador e a fina ironia de julgamento de quem viveu e pensou em compromisso com o período sobre o qual escreve, poderia enfrentar o desafio de compreender e explicar a articulação entre a primeira Sarajevo e os quarenta anos de guerra mundial, crises econômicas e revoluções da primeira metade do século, e a última Sarajevo, das guerras étnicas e separatistas, da precaridade dos sistemas políticos transnacionais e da reposição selvagem da desigualdade contemporânea.
Hobsbawm divide a história do século em três "eras". A primeira, "da catástrofe", é marcada pelas duas grandes guerras, pelas ondas de revolução global em que o sistema político econômico da URSS surgia como alternativa histórica para o capitalismo e pela virulência da crise econômica de 1929. Também nesse período os fascismos e o descrédito das democracias liberais surgem como proposta mundial. A segunda são os anos dourados das décadas de 1950 e 1960 que, em sua paz congelada, viram a viabilização e a estabilização do capitalismo, responsável pela promoção de uma extraordinária expansão econômica e de profundas transformações sociais. Entre 1970 e 1991 dá-se o "desmoronamento" final, em que caem por terra os sistemas institucionais que previnem e limitam o barbarismo contemporâneo, dando lugar a brutalização e dólares da política e à irresponsabilidade teórica da ortodoxia econômica e abrindo as portas para um futuro incerto.'
Texto encontrado na capa do livro "Era dos Extremos, O breve século XX, 1914-1991", de Eric Hobsbawm da Companhia das Letras.



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

DICA DE FILMES - 1492, A CONQUISTA DO PARAÍSO

Aproveitando que acabei de falar sobre as Grandes Navegações, ou Expansão Marítima Europeia, indico o filme 1492 - A CONQUISTA DO PARAÍSO. Um ótimo filme de Ridley Scott, que mostra com maestria, toda a odisseia de Colombo, desde a busca por financiamento, a preparação da viagem até chegar a América, e o encontro com o "novo mundo". Recomendo!


1492 - A CONQUISTA DO PARAÍSO (1492: Conquest of Paradise, ESP/FRA/ING 1992)
DIREÇÃO: Ridley Scott ELENCO: Gérard Depardieu, Sigourney Weaver, Armand Assante, Ângela Molina, Fernando Rey, Tcheky Kario, 150 min, Vídeo Arte.

Sinopse
Lançado no aniversário de 500 anos da descoberta da América, o filme mostra Cristovão Colombo (Gerard Depardieu) e os europeus chegando ao Novo Mundo. A história acompanha desde os preparativos, com o navegador visionário recorrendo à coroa espanhola, até o terrível impacto da descoberta e do início da colonização sobre a população nativa. As dificuldades e temores da navegação, a perseverança de Colombo e o desafio da terra desconhecida fazem parte da aventura, que não descarta a brutalidade que envolveu os fatos.













Referências: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=298
http://www.cineclick.com.br/1492-a-conquista-do-paraiso

EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA

Durante os séculos XV e XVI a Europa passou por diversas transformações no plano político, econômico, social , cultural e religioso. Os ideais renascentistas se espalharam, abrindo a mentalidade dos europeus. O colapso do sistema feudal da origem ao capitalismo. É nesse contexto de grandes mudanças, que teve início a expansão marítima europeia. Muitos veem esse sistema como o início da globalização, momento na qual, o mundo passou de uma maneira ou outra a interligar-se.
No século XV, como não se conhecia o tamanha e a forma exata do planeta, quase todos tinham medos de longas viagens, principalmente pelo oceano Atlântico, que eles chamavam de "Mar Tenebroso". Muitas fantasias e lendas que sobreviveram à Idade Média, povoava o imaginário popular. 
Mas essa mentalidade começou a ser superada pelas ideais renascentistas, com os avanços técnicos (bússola, quadrante, astrolábio e cartografia), as teorias de que a Terra era uma esfera, a construção da caravela (navio de estrutura leve movido pelo vento), a criação da Escola de Sagres pelo infante português D. Henrique, um local de estudos que reuniu navegadores, cartógrafos, cosmógrafos e outras pessoas curiosas pelas viagens marítimas.
As navegações acabaram por contribuir para que o ser humano alargasse seus horizontes e acumulasse conhecimentos, modificando sua visão de mundo.









MOTIVAÇÕES
A necessidade econômica impulsionou o desenvolvimento da expansão marítima europeia. A crescente atividade comercial no século XV começou a se ressentir da falta de metais preciosos, da ampliação da capacidade produtiva e de novos mercados consumidores. 
Contribuiu para isso a elevação dos preços das mercadorias provocada pela alta dos preços cobrados pelo italianos sobre as especiarias orientais (noz-moscada, pimenta-do-reino, seda, etc.) e pelas dificuldades na rota para o Oriente, em razão da conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos. 
A necessidade cada vez mais de obter metais preciosos e de quebrar o monopólio comercial dos italianos e otomanos levou outras nações a buscar novas rotas comerciais
Diversas razões permitiram o pioneirismo da Espanha e de Portugal na expansão marítima:
  • Centralização do poder monárquico - os dois se tornaram Estado-nação antes de qualquer outro país europeu, em virtude da guerra de Reconquista, que possibilitou a aliança entre burguesia comercial e a monarquia.
  • posição geográfica - localizados na península Ibérica com  fácil acesso ao Oceano Atlântico e o Mediterrâneo, facilitou o desenvolvimento de centros comerciais.
Resumindo tudo isso, as principais razões para a expansão marítima e comercial, foi descobrir um novo caminho marítimo para as Índias, e superar o monopólio italiano, em busca de especiarias, que eram essenciais para os europeus.

PORTUGAL
A expansão marítima portuguesa teve início em 1415, com a conquista de Ceuta, no norte da África, um rico centro de negócios dominado pelos muçulmanos.
Com o aperfeiçoamento das técnicas de navegação, ao longo do século XV, os portugueses foram aos poucos avançando em direção às Índias, sempre contornando o continente africano. 
A grande aventura marítima portuguesa, que durou quase um século, culminou com a chegada de Vasco da Gama às Índias, que finalmente descobriu um novo caminho para o Oriente. Depois do retorno da expedição de Vasco da Gama, o rei D. Manuel decidiu enviar à Índia uma poderosa esquadra, a fim de estabelecer relações comerciais com o Oriente. Essa esquadra partiu de Lisboa no dia 09 de março de 1500, tendo como destino principal a cidade de Calicute. O comando da esquadra, foi entregue a Pedro Álvares Cabral.
No decorrer da viagem, entretanto, a esquadra de Cabral afastou-se da costa africana, dirigindo-se mais para oeste - se foi proposital ou não, não se sabe. E no dia 22 de abril de 1500, os portugueses avistaram um monte, que recebeu o nome de Monte Pascoal. Estava "descoberto" o Brasil.

ESPANHA
Após o fim da Guerra de Reconquista e a expulsão definitiva dos mouros, os espanhóis se unificaram sob a liderança de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, os "Reis Católicos", que resolveram por dar atenção aos planos do genovês Cristóvão Colombo, que lhes apresentou um novo projeto de navegação para atingir as Índias. Baseando-se na ideia de que a Terra era um esfera, Colombo pretendia atingir o Oriente pelo Ocidente, dando a volta ao mundo, viagem de circunavegação.
Com três Caravelas (Santa Maria, Pinta e Niña) concedidas pelos Reis Católicos, Colombo e sua tripulação partiram do porto de Palos em 03 de agosto de 1492. Em 12 de outubro, chegaram as terras que pensavam ser as Índias. Descobriu as ilhas de Guanaani, Cuba e São Domingos.
As descobertas de Colombo desencadearam uma disputa entre Portugal e Espanha, que acabaram por realizar alguns tratados que garantisse a possa das terras recém descobertas, como a Bula Inter Coetera de 1493 e o Tratado de Tordesilhas de 1494, além de contribuir para a expansão da navegação espanhola. 
Cristóvão Colombo nunca chegou ao continente, e em 1499, Américo Vespúcio, a serviço da Espanha, partiu em uma de suas viagens para o Ocidente, por suspeitar que as "novas terras" faziam parte de outro continente. Estava oficialmente descoberto o novo continente e, em sua homenagem, a terra foi batizada de América.








Referências: MORAES, José Geraldo Vinci de. História, Geral e Brasil. Saraiva. p.172-180.
COTRIM,  Gilberto. História Global, Brasil e Geral. Saraiva. p.169-174.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

AS CRUZADAS

Tenho falado sobre o Renascimento e sobre a Formação das Monarquias Nacionais, então, não poderia de deixar de falar sobre as Cruzadas, evento histórico que permitiu grandes mudanças na Europa feudal, abrindo caminho para novas ideias que vão culminar no início da Idade Moderna.
Iniciado no século XI, o movimento das Cruzadas constituiu um fator histórico decisivo para a reafirmação política e religiosa da Igreja Católica Ocidental, que passava por problemas internos desdo os tempos do "Cisma do Oriente", que culminou com a divisão da Igreja em Oriental (Ortodoxa) e Ocidental (Católica). Serviu também para a consolidação do comércio no Mediterrâneo e a hegemonia das cidades de Veneza e Gênova. 
As Cruzadas foram expedições militares, com o objetivo de recuperar a Terra Santa (Jerusalém) que estava nas mãos dos turcos seldjúcidas. Foram convocadas pelo papa Urbano II, uma espécie de "Guerra Santa". Para atrair a população europeia, a Igreja concedia privilégios espirituais - por meio de indulgências (perdão dos pecados e salvação) - e materiais (suspensão de dívidas e administração de bens durante a guerra). Sem contar o grande número de nobres (segundo filho em diante) que não tinham direito a herdar os títulos e as riquezas dos pais, iam em buscar de fortuna no Oriente.
Foram ao todo 8 Cruzadas oficiais e algumas houve da participação  de reis, como Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, que morreu durante Terceira Cruzada (1189 – 1192), do rei francês Filipe Augusto e do rei Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Nessa cruzada foi firmado um acordo de paz entre Ricardo e Saladino, autorizando os cristãos a fazerem peregrinações a Jerusalém.
Foram chamados de Cruzados, porque os soldados, que eram Cristãos, utilizavam um cruz pintada em suas vestes. 
Mas as Cruzadas, não foram apenas guerras, também houve um grande intercâmbio cultural. Muitos costumes mouros foram assimilados pelos cristãos, as expedições à Terra Santa prepararam os europeus para a expansão na direção da América. Habituaram os ocidentais ao modo de vida do Oriente; os europeus adquiriram novos gostos de alimentação e vestuário, e o desejo de viajar aumentou. Durante as cruzadas aprenderam a fazer melhores navios e mapas, e novas táticas de guerra. Os cruzados apressaram o progresso da Europa ocidental, trazendo lucro e prosperidade às cidades mercantes da Itália. Enriqueceram o comércio europeu em muitas áreas.
Resultados
Entre os resultados que as cruzadas tiveram, podemos citar:
- Aumento do comércio ocidente-oriente.
- A burguesia europeia ficou mais rica, às custas dos nobres e cavaleiros que foram às cruzadas.
- Com tanto movimento de pessoas, as cidades e o comércio entre elas se desenvolveram.
- Alguns dos costumes orientais foram incorporados ao ocidente.
- Produtos novos orientais foram trazidos para a Europa, como Arroz, Canela, pimenta, cravo, açúcar, algodão, café e perfumes.
- A intolerância aos judeus na Europa cresceu, havendo muitos massacres.







Referências: MORAES, José Geraldo Vinci. História Geral e Brasil, ed. Saraiva. p. 143.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

DICA DE FILME: CRUZADA

CRUZADA (KINGDOM OF HEAVEN 2005)


Um filme de Ridley Scott, com Orlando Bloom, Liam Neeson, Edward Norton, Jeremy Irons e Eva Green.
Um ótimo filme (como todos do Ridley Scott, aliás, ele deve ser fã de história!!!)! A história se passa durante as Cruzadas (luta dos cristãos contra os muçulmanos para reconquistar Jerusalém). Claro, lembrando sempre, que filme é entretenimento e muitas vezes não é fiel a História. Mas vale a pena pela visual e pelo drama e pelas batalhas épicas. A vantagem desse filme, é que os muçulmanos não são vistos como vilões, mas como pessoas normais, que como os cruzados, lutam por um ideal. E acho que é a melhor parte do filme, é o diálogo entre Balian e Saladino: "O que Jerusalém vale pra você? " pergunta Balian e Saladino responde "Nada..." depois se vira e fala "...e tudo". Não precisa dizer mais nada!!! Recomendadíssimo!!!






SINOPSE
Balian (Orlando Bloom) é um jovem ferreiro francês, que guarda luto pela morte de sua esposa e filho. Ele recebe a visita de Godfrey de Ibelin (Liam Neeson), seu pai, que é também um conceituado barão do rei de Jerusalém e dedica sua vida a manter a paz na Terra Santa. Balian decide se dedicar também à esta meta, mas após a morte de Godfrey ele herda terras e um título de nobreza em Jerusalém. Determinado a manter seu juramento, Balian decide permanecer no local e servir a um rei amaldiçoado como cavaleiro. Paralelamente ele se apaixona pela princesa Sibylla (Eva Green), a irmã do rei.












FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS - ESPANHA E PORTUGAL

Em um post anterior, falei sobre a crise do feudalismo e a formação das Monarquias Nacionais, que foi justamente uma das principais causas dessa crise. Falei em especial sobre a Inglaterra e França que se  tornaram Estados centralizados, principalmente em virtude da Guerra dos Cem Anos. Agora, irei falar como se deu a formação da Espanha e Portugal, que estão intimamente ligadas.
A formação tanto da Espanha quanto de Portugal remontam às Guerras de Reconquista - nome dado pelos cristãos à luta contra a presença muçulmana na península ibérica, com o objetivo de retomar antigos territórios ocupados.
Desde os séculos V e VI , boa parte dos povos que habitavam a península (germânicos e romanos) converteu-se ao cristianismo. Porém, no século VIII a região foi dominada por muçulmanos oriundos do norte da África. Então desde o século VIII até o século XV, cristãos e muçulmanos alternaram períodos de luta e paz, promovendo diversos contatos e intercâmbios culturais.

ESPANHA - Nos séculos XI e XII, surgiram na Espanha os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão, que disputavam territórios entre si. Nessas disputas de reinos, Castela e Aragão anexaram Leão e Navarra. Em 1469 ocorreu a unificação definitiva entre esses reinos, com o casamento de Fernando, rei de Aragão, com Isabel, de Castela, os chamados "reis católicos". A união desses reinos fortaleceu a luta dos espanhóis contra Granada, o último reino mouro (muçulmano) na região da península. Em 1492, ocorre a Tomada de Granada, que foi a expulsão definitiva dos muçulmanos. A partir daí, a Espanha consolida o seu poder e tornar-se um dos grandes impérios marítimos da Idade Moderna, e parte em busca de novas terras. Justamente, no mesmo ano, Colombo chega às Américas financiado pelos "reis católicos"

 Esse mapa mostra a formação da Espanha e Portugal à partir das Guerras de Reconquista, ou a expulsão dos mouros da península ibérica.
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"Reis Católicos", Fernando de Aragão e Isabel de Castela.

















Presença moura (muçulmanos) na Espanha. Período de forte intercâmbio cultural.













Reino mouro de Granada - Espanha.










PORTUGAL - As terras reconquistadas dos Árabes eram transformadas em condados (territórios administrados por condes); do condado de Portucale ou Portucalense (século IX), Portugal originou-se como país. Portucale, era um feudo do reino de Leão, doado a Henrique de Borgonha, um cavaleiro francês que havia se destacado na luta de Reconquista. No ano de 1139, Portugal proclamou sua independência em relação do reino de Leão e iniciou sua expansão em direção ao sul da península. 
Em 1383, parte da nobreza portuguesa se uniu a Castela para disputar a sucessão ao trono, mas foi derrotada por dom João, mestre de Avis (na Revolução de Avis). Dom João I assumiu o trono apoiado pelos setor mercantil, em 1385, pondo fim à dinastia de Borgonha e inaugurando a dinastia de Avis, que fortaleceria o poder da monarquia em Portugal e promoveria a grande expansão marítima. 
Apesar das diferenças religiosas entre católicos e muçulmanos que habitavam a península, os portugueses foram muito influenciados pelas práticas muçulmanas de comércio e navegação.









 A herança muçulmana na Península Ibérica
             Os muçulmanos permaneceram por oito séculos na península ibérica. E o seu legado foi grande tanto para espanhóis quanto para portugueses e de praxe, para nós brasileiros, que herdamos muitas coisas desses dois povos. Desenvolveram muitas técnicas e ampliaram conhecimentos técnicos e filosóficos, a partir de traduções e estudos de documentos gregos, e contribuíram para o crescimento da sociedade peninsular. A partir dessa convivência, os povos da península, cristãos, adquiriram costumes e vocabulários para o seu cotidiano. Muitos desses vocabulários permanecem até hoje em uso na língua portuguesa, termos relacionados com diversas áreas, como os alimentos, a agricultura, pesca, navegação, música e poesia, matemática e ciência.







Referências: COTRIM, Gilberto. História Global, Brasil e Geral. Volume único. Ed. Saraiva. p. 166-167.
MORAES, José Geraldo Vinci. História Geral e do Brasil. Volume 1. Ed. Saraiva. p. 156.

Saiba mais: http://www.brasilescola.com/historiag/formacao-monarquia-nacional-portuguesa.htm
http://ahistoriadalinguaportuguesa.wordpress.com/a-historia-da-lingua-portuguesa-2/influencia-arabe/o-mundo-muculmano-em-expansao/