segunda-feira, 11 de novembro de 2013

EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA

Durante os séculos XV e XVI a Europa passou por diversas transformações no plano político, econômico, social , cultural e religioso. Os ideais renascentistas se espalharam, abrindo a mentalidade dos europeus. O colapso do sistema feudal da origem ao capitalismo. É nesse contexto de grandes mudanças, que teve início a expansão marítima europeia. Muitos veem esse sistema como o início da globalização, momento na qual, o mundo passou de uma maneira ou outra a interligar-se.
No século XV, como não se conhecia o tamanha e a forma exata do planeta, quase todos tinham medos de longas viagens, principalmente pelo oceano Atlântico, que eles chamavam de "Mar Tenebroso". Muitas fantasias e lendas que sobreviveram à Idade Média, povoava o imaginário popular. 
Mas essa mentalidade começou a ser superada pelas ideais renascentistas, com os avanços técnicos (bússola, quadrante, astrolábio e cartografia), as teorias de que a Terra era uma esfera, a construção da caravela (navio de estrutura leve movido pelo vento), a criação da Escola de Sagres pelo infante português D. Henrique, um local de estudos que reuniu navegadores, cartógrafos, cosmógrafos e outras pessoas curiosas pelas viagens marítimas.
As navegações acabaram por contribuir para que o ser humano alargasse seus horizontes e acumulasse conhecimentos, modificando sua visão de mundo.









MOTIVAÇÕES
A necessidade econômica impulsionou o desenvolvimento da expansão marítima europeia. A crescente atividade comercial no século XV começou a se ressentir da falta de metais preciosos, da ampliação da capacidade produtiva e de novos mercados consumidores. 
Contribuiu para isso a elevação dos preços das mercadorias provocada pela alta dos preços cobrados pelo italianos sobre as especiarias orientais (noz-moscada, pimenta-do-reino, seda, etc.) e pelas dificuldades na rota para o Oriente, em razão da conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos. 
A necessidade cada vez mais de obter metais preciosos e de quebrar o monopólio comercial dos italianos e otomanos levou outras nações a buscar novas rotas comerciais
Diversas razões permitiram o pioneirismo da Espanha e de Portugal na expansão marítima:
  • Centralização do poder monárquico - os dois se tornaram Estado-nação antes de qualquer outro país europeu, em virtude da guerra de Reconquista, que possibilitou a aliança entre burguesia comercial e a monarquia.
  • posição geográfica - localizados na península Ibérica com  fácil acesso ao Oceano Atlântico e o Mediterrâneo, facilitou o desenvolvimento de centros comerciais.
Resumindo tudo isso, as principais razões para a expansão marítima e comercial, foi descobrir um novo caminho marítimo para as Índias, e superar o monopólio italiano, em busca de especiarias, que eram essenciais para os europeus.

PORTUGAL
A expansão marítima portuguesa teve início em 1415, com a conquista de Ceuta, no norte da África, um rico centro de negócios dominado pelos muçulmanos.
Com o aperfeiçoamento das técnicas de navegação, ao longo do século XV, os portugueses foram aos poucos avançando em direção às Índias, sempre contornando o continente africano. 
A grande aventura marítima portuguesa, que durou quase um século, culminou com a chegada de Vasco da Gama às Índias, que finalmente descobriu um novo caminho para o Oriente. Depois do retorno da expedição de Vasco da Gama, o rei D. Manuel decidiu enviar à Índia uma poderosa esquadra, a fim de estabelecer relações comerciais com o Oriente. Essa esquadra partiu de Lisboa no dia 09 de março de 1500, tendo como destino principal a cidade de Calicute. O comando da esquadra, foi entregue a Pedro Álvares Cabral.
No decorrer da viagem, entretanto, a esquadra de Cabral afastou-se da costa africana, dirigindo-se mais para oeste - se foi proposital ou não, não se sabe. E no dia 22 de abril de 1500, os portugueses avistaram um monte, que recebeu o nome de Monte Pascoal. Estava "descoberto" o Brasil.

ESPANHA
Após o fim da Guerra de Reconquista e a expulsão definitiva dos mouros, os espanhóis se unificaram sob a liderança de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, os "Reis Católicos", que resolveram por dar atenção aos planos do genovês Cristóvão Colombo, que lhes apresentou um novo projeto de navegação para atingir as Índias. Baseando-se na ideia de que a Terra era um esfera, Colombo pretendia atingir o Oriente pelo Ocidente, dando a volta ao mundo, viagem de circunavegação.
Com três Caravelas (Santa Maria, Pinta e Niña) concedidas pelos Reis Católicos, Colombo e sua tripulação partiram do porto de Palos em 03 de agosto de 1492. Em 12 de outubro, chegaram as terras que pensavam ser as Índias. Descobriu as ilhas de Guanaani, Cuba e São Domingos.
As descobertas de Colombo desencadearam uma disputa entre Portugal e Espanha, que acabaram por realizar alguns tratados que garantisse a possa das terras recém descobertas, como a Bula Inter Coetera de 1493 e o Tratado de Tordesilhas de 1494, além de contribuir para a expansão da navegação espanhola. 
Cristóvão Colombo nunca chegou ao continente, e em 1499, Américo Vespúcio, a serviço da Espanha, partiu em uma de suas viagens para o Ocidente, por suspeitar que as "novas terras" faziam parte de outro continente. Estava oficialmente descoberto o novo continente e, em sua homenagem, a terra foi batizada de América.








Referências: MORAES, José Geraldo Vinci de. História, Geral e Brasil. Saraiva. p.172-180.
COTRIM,  Gilberto. História Global, Brasil e Geral. Saraiva. p.169-174.

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