segunda-feira, 23 de setembro de 2013

DITADURAS - INFLUÊNCIA DA GUERRA FRIA NA AMÉRICA LATINA

As disputas da Guerra Fria por áreas de influência entre soviéticos e americanos, a bipolarização do mundo, o medo de uma revolução comunista a la "Revolução Cubana", vão desembocar em ditaduras latino-americanas.
Mas afinal, o que é uma ditadura? Ditadura é um regime de governo onde todos os poderes estão concentrados em um indivíduo, grupo ou partido. Nessa forma de governo não existe oposições, sendo antidemocrático. Normalmente o governo se vale da força, da violência para garantir seu poder. Ou seja, não é legal!
E durante a Guerra Fria, os Estados Unidos vão apoiar e financiar todos os golpes de Estados que vão destituir governos eleitos democraticamente, inclusive Brasil. Umas das maiores "democracias" do mundo, irá derrubar todas as outras, para garantir seu poder sobre as áreas de influência e afastar o avanço comunista. Podemos dizer que todo esse processo, estava intimamente ligado à Doutrina Truman, política americana para impedir o avanço socialista no bloco de países capitalistas.
Os Estados Unidos financiaram todos os golpes militares: Chile, Argentina, Guatemala, Brasil entre outros, porém aqui vou me ater ao Brasil.

Após a renúncia de Jânio Quadros, a presidência da república deveria ser ocupada pelo vice-presidente eleito, João Goulart (naquele tempo, tanto o presidente quanto o vice eram eleitos separadamente), porém desde outros tempos, ele já eram visto com uma tendência comunista, o que no contexto da Guerra Fria, pode-se dizer que era até crime. A oposição acusava-o de "perigoso comunista" e tentaram impedir sua posse. Para conseguir assumir o poder, Jango foi obrigado a aceitar o sistema parlamentarista, ou seja, ele seria chefe de estado, mas sem poder efetivo, e o dividiria com o executivo, sendo um primeiro ministro indicado pelo Legislativo. Tudo o que ele fizesse, seria efetivamente "vigiado" pelo Congresso.
A mesma emenda constitucional que estabeleceu o parlamentarismo, previa a realização de um plebiscito, onde a população é que deveria decidir qual o melhor sistema de governo.
Em 06 de janeiro de 1963, realizou-se o plebiscito, num total de 12 milhões de cidadãos, sendo que aproximadamente 10 milhões decidiram pelo presidencialismo.
Vitória do presidencialismo, Jango assumiu plenos poderes presidenciais. Apto a governar, reforça sua política nacionalista e externa independente. Seu plano de governo baseou-se no Plano Trienal e as Reformas de Base: reforma agrária, reforma urbana, reforma educacional, reforma eleitoral e reforma tributária.
Seus opositores espalham-se por todo o território fazendo campanha contra seu governo. As classes dominantes (elites) organizaram em várias cidades, com o apoio da Igreja Católica, as marchas da Família com Deus pela Liberdade. A seu favor, as massas de trabalhadores mobilizavam-se contra a exploração, setores populares faziam greve política em apoio as reformas de base. O caos estava instaurado no Brasil. Grupos de esquerda e direita radicalizavam suas posições.
No dia 31 de março de 1964, explodiu a rebelião das Forças Armadas contra Jango. O golpe começou em Minas Gerais, com apoio do governador mineiro Magalhães Pinto e rapidamente se espalha por outros lugares, como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e o antigo estado de Guanabara.
Sem ter condições de resistir ao golpe, o presidente João Goulart deixou Brasília e acabou por exilar-se no Uruguai. Era fim do Estado democrático de direito. Fim da democracia no Brasil. A partir daí, começa a Ditadura Militar que vai durar 21 anos.


A queda de João Goulart significou o fim do período democrático e o inicio da mais longa ditadura de nossa história, período marcado pela cassação dos direitos democráticos, censura, violência dos órgãos de repressão, mortes.
Falamos de Golpe Militar, mas será que o exército fez tudo sozinho? Não! O golpe militar foi apoiado pelas elites, capitalistas, grandes empresários, a Igreja e outros grupos que temiam o comunismo, sem contar com o apoio e financiamento dos Estados Unidos.
O texto de Caio Navarro de Toledo, O governo Goulart e o golpe de 64, pode explicar melhor o golpe:
"Durante todo o período, as desconfianças, por parte dos setores populares e de esquerda, em relação ao governo Goulart, sempre foram muito fortes. [...] A crescente radicalização política do movimento popular e dos trabalhadores, pressionando o Executivo a romper os limites do "pacto populista", levou o conjunto das classes dominantes e setores das classes médias - apoiados e estimulados por agências governamentais norte-americanas e empresas multinacionais - a condenar o governo Goulart. A derrubada do governo Goulart contou com a participação decisiva das Forças Armadas, as quais - a partir de meados de abril de 1064 - impuseram ao país uma nova ordem político-institucional com características crescentemente militarizadas. [...] Repudiando o nacional-reformismo, as classes dominantes, através do Estado burguês militarizado, optariam pela chamada "modernização-conservadora", excluindo, assim, as classes trabalhadores e populares da cena política e pondo fim à democracia populista.









\Para saber mais, assista ao documentário "O dia que durou 21 anos", que mostra a influência do governo americano no Golpe de Estado de 1964. Com documentos secretos e gravações, o filme mostra como os presidentes John Kennedy e Lyndon Johnson se organizaram para derrubar Goulart.



Referências: Cotrim, Gilberto. História e Consciência do Brasil, ed. Saraiva, p. 299-306.
Toledo, Caio Navarro. O governo Goulart e o golpe de 64. São Paulo, Brasiliense, 1983, p. 116-20 (Fragmentos)

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Guerra Fria Tecnológica : "A lógica das armas"

"[...] Nem paz, nem guerra, e sim um equilíbrio de forças entre os blocos, baseado no poder de mútua destruição. [...]" . Essa frase de Arbex Junior, do livro Guerra Fria: o Estado Terrorista, exemplifica bem a corrida tecnológica e armamentista da Guerra Fria. Ambos os países, Estados Unidos e União Soviética garantiram o seu poder através das armas. Dizia que eles possuíam um arsenal tão poderoso que poderiam destruir a terra várias vezes, e pode-se dizer, que eles adquiriram esse poder em menos de 20 anos. Bom, pelo menos os testes nucleares realizados durante esse período podem provar essa teoria.

Em fevereiro de 1946, o governador militar das ilhas Marshall Ben H. Wyatt, solicitou encarecidamente ao responsável pela ilha, junto com sua população que se retirassem por um tempo do lugar, para que eles pudessem realizar alguns "testes" nucleares. Com algumas desculpas esfarrapadas tipo "é para o bem da humanidade", retiraram todos os moradores das ilhas, acomodaram-nos em outras regiões e no dia 01 de julho de 1946, iniciaram os testes. O que a população não sabia, é que jamais poderiam retornar ao seu lugar de origem. Até tiveram permissão 20 anos depois, porém a região estava tão contaminada que não havia condições de permanecerem lá. 
Esses testes ficaram conhecidos como "Operação Crossroads". Primeiro detonaram a bomba Able, de 21 quilotons, a 158 m de altitude, depois a bomba Baker, a 27 m no fundo do mar. E depois disso não pararam mais. A União Soviética para não ficar atrás, também realizou seus testes, como em 29 de agosto de 1949, em Semipalatinsk, no deserto do Casaquistão. Essa era sua primeira bomba atômica, que ficou conhecida com RDS 1, de 22 quilotons.
O acontecimento teve tanta repercussão que aproveitando-se do fato, o estilista francês Louis Réard,  chamou sua nova criação de Biquíni, em homenagem às ilhas na qual ocorreu os testes, atol de Bikini, Micronésia.







Para saber mais acesse: 


Referências: Projeto Araribá Histório, 9o ano, pg. 176.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

GUERNICA

O mural de Guernica - quadro de Pablo Picasso, 1937
















Guernica - quem nunca ouviu falar desse nome? Talvez nas aulas de Artes (provavelmente você já fez a releitura!) ou mesmo em História. Falar sobre a Segunda Guerra é falar de Guernica, falar da Guerra Civil Espanhola. Costumamos dizer que Guernica foi o ensaio nazista para a Segunda Guerra Mundial.
A possibilidade da Alemanha exercer influência política e militar fora de suas fronteiras, tornou-se concreta com a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), disputada entre os seguidores do general Franco, com ideias fascistas e os republicanos.
No dia 26 de abril de 1937, a Luftwaffe, força aérea alemã, com o objetivo de testar a eficiência de sua aviação de guerra, bombardeou o vilarejo basco de Guernica, Espanha.
A ação de bombardear civis indefesos causou uma comoção pública internacional. Rapidamente a notícia se espalhou pelos jornais do mundo e, através dessa divulgação, Pablo Picasso teve a ideia de retratar o ataque. Esse bombardeio que arrasou o pequeno vilarejo antecipou os horrores da Segunda Guerra Mundial. O objetivo da obra também foi fazer propaganda contra a insurreição franquista.
O quadro retrata com extrema realidade o horror causado pelo bombardeio. Picasso nunca permitiu que o quadro fosse exposto na Espanha enquanto durasse o regime de Franco; devido a isso, ele ficou guardado no Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma). Somente em 1977, quando foram realizadas as primeiras eleições livres na Espanha, o quadro Guernica retornou ao país. E durante o período em que esteve em Nova York, o quadro só saiu uma vez, em 1953, para ser exposto na II Bienal de Arte de São Paulo, com autorização do próprio Picasso.

Ficha Técnica:

GUERNICA
Artista: Pablo Picasso
Localização: Museus Nacional Centro de Arte Reina Sofia
Dimensões: 3,5 m x 7,8 m
Material: Tinta a óleo
Criação: 26 de abril de 1937 - junho de  1937
Assunto: Guerra Civil Espanhola, Sofrimento, Guerra




Assista a uma versão em 3D do quadro Guernica



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

CRISE DOS MÍSSEIS DE 1962 - 13 DIAS QUE ABALARAM O MUNDO


Em outubro de 1962, o mundo ficou a beira de uma "Guerra Nuclear". A "Crise dos mísseis de Cuba" como ficou conhecido o episódio, começou devido à descoberta de um avião espião U-2 no dia 14 do mesmo mês, em território cubano. Era como se alguém instalasse mísseis em seu "quintal". Foi dessa maneira que os EUA olhou para o episódio. Seu maior inimigo da Guerra Fria instalando uma base de mísseis capazes de conter ogivas nucleares às portas de sua casa.
A tensão se agravou por durante 13 dias, em que o presidente John Kennedy e seus assessores decidiam o que deveriam fazer, se invadiam ou não Cuba. 
A ousadia da ex-URSS fez os americanos sentirem-se ameaçados pelos horrores das armas nucleares que eles mesmo usaram em Hiroshima e Nagasaki. Sem contar que essa ousadia cubano-soviética poderia desencadear uma guerra mundial nuclear. 
Do dia 16 à 19 de outubro daquele ano, americanos e soviéticos em várias tentativas de negociações, buscaram recursos para evitar uma guerra nuclear. Bem, se você está lendo isso aqui, é porque essa guerra nuclear não aconteceu, pois se ela acontecesse, não iria sobrar muita coisa. 
Por fim, eles chegaram a um acordo, e isso, em meio a muita diplomacia! Kennedy e Kruschev se entenderam, os russos retiraram as armas da ilha e os americanos se comprometeram a não invadir Cuba e a retirar o mísseis obsoletos que estavam na Turquia (também quintal da URSS). Ou seja, você retira os mísseis do meu quintal e eu retiro do seu.
Sob o impacto da crise dos mísseis, Os EUA, URSS e Grã-Bretanha assinaram em 1963, que acordo que proibia testes nucleares na atmosfera, em alto-mar e no espaço. Então, em 1968, as duas potências e mais 58 países assinaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. A ideia era tentar conter a corrida armamentista. Os países envolvidos deveriam limitar seus arsenais e quem não possuíam armas nucleares, não poderia obtê-las, encorajando o desarmamento nuclear.




O PESO DA DECISÃO - John Kennedy no Salão Oval da Casa Branca, em 1962: a maneira como seu governo resolveu a crise serve de lição a todos os presidentes dos EUA desde então  (NBC/Getty Images)














O PERIGO TOMOU CORPO - Nikita Kruschev com o cubano Fidel Castro, em 1960 (à esq); foto feita por avião americano mostra o navio Kasimov levando peças de bombardeiros IL-28 a Cuba, em setembro de 1962; e alguns dos 43 000 soldados soviéticos que desembarcaram marchando na ilha com roupas civis: a instalação do arsenal atômico foi iniciativa dos soviéticos, que tentaram disfarçar a empreitada










Bibliografia das imagens: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/o-mundo-quase-acabou


DICA DE FILME:

TREZE DIAS QUE ABALARAM O MUNDO
(THIRTEEN DAYS - 2000)


O filme mostra com clareza a tensão ocorrida durante os treze dias da Crise dos Mísseis de Cuba e de que maneira os Estados Unidos e a URSS resolveram o impasse. Invadir ou não invadir? Essa é a pergunta constante do filme. O que poderá acontecer com o mundo, caso os dois países partam para uma guerra nuclear?
Filme muito bom! Vale a pena assistir para entender um pouco melhor a crise que quase levou o mundo a uma III Guerra Mundial.



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    FICHA TÉCNICA

    Gênero: Drama
    Direção: Roger Donaldson
    Roteiro: David Self
    Elenco: Bruce Greenwood, Dylan Baker, Kevin Costner, Michael Fairman, Steven Culp
    Produção: Armyan Bernstein, Kevin Costner, Peter O. Almond
    Fotografia: Andrzej Bartkowiak
    Trilha Sonora: Trevor Jones
    Duração: 145 min.






quinta-feira, 5 de setembro de 2013

FIM DA GUERRA FRIA

Terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1945, o socialismo expandiu-se por várias regiões do mundo, principalmente Leste europeu, China e Cuba. Se espalharam tanto, que o mundo chegou a ser dividido em dois blocos: capitalista e socialistas, Primeiro e Segundo Mundo, como ficou comumente chamado, chegando a reunir cerca de um terço da população mundial.
Porém, como nada dura para sempre, a partir da década de 1980, os governos de regime socialista foram fragmentando-se. Mas como aconteceu esse processo?


Está vendo esse homem? Pois é, foi ele mesmo que acabou iniciou o processo que deu fim a ex-União Soviética. Seu nome: Mikhail Gorbachev.
Em abri de 1985, Gorbachev assumiu o poder na União Soviética e lançou programas de reformas que provocaram imensas transformações no mundo socialista. Programas esses que ficaram conhecidos por glasnost (transparência), e perestroika (reestruturação).

Glasnost - gradual abertura do regime político, com diminuição da censura à imprensa e maior liberdade de expressão nas artes (fato aproveitado também pelo povo, que aproveitou para "reclamar" do regime). Políticos antigos foram substituídos por reformistas e alguns presos políticos foram soltos.
Perestroika - programa econômico com o objetivo de restruturar a economia do pais. Era a diminuição da interferência do Estado na economia. Um pouco de liberalismo econômico para um falido país socialista.
Essa política de abertura da União Soviética e sua aproximação com o Ocidente acabou por influenciar outros países socialistas, como Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Bulgária, Albânia e Romênia. Todos acabaram sofrendo mudanças internas, que resultaram no fim dos partidos comunistas e até mesmo de novos países que acabaram se formando (Tchecoslováquia se dividiu em República Tcheca e Eslováquia).
Essas políticas de Gorbachev não salvaram a União Soviética, e nem o socialismo, mas culminou na desfragmentação dessa grande potência da Guerra Fria e na renúncia de seu presidente. A poderosa União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, nascida da Revolução Russa de 1917 chega ao fim, e abre espaço para o retorno da Rússia, não mais a Rússia dos czares, mas a Rússia capitalista, ligada agora a CEI, Comunidade dos Estados Independentes

Notícia sobre o fim da União Soviética




A queda do Muro de Berlim

Podemos dizer que assim terminou a Guerra Fria. Mas isso aconteceu de fato em 1991, voltando um pouco antes, em novembro de 1989, após várias manifestações populares, o fracasso da União Soviética que vinha se arrastando, o muro foi definitivamente derrubado. O Muro de Berlim, o "muro da vergonha", que dividiu o mundo em capitalistas e socialista, que separou famílias, vizinhos e amigos vem ao chão. Sem o muro que os separava o processo de reunificação da Alemanha Ocidental e Oriental ocorre definitivamente em 03 de outubro de 1990.

Momento emocionante da nossa História!!!




Foto Histórica: Queda do Muro de Berlim - 09/09/1989

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

CRISE DO IMPÉRIO ROMANO

"O que fazemos em vida, ecoa na eternidade" (filme - O Gladiador - 2000)
Essa frase pode muito bem resumir o Império Romano. Pois sua história chegou até nós e ecoará pela eternidade. Uma civilização que jamais será esquecida, devido a sua grandeza e seu poder. O que eles fizeram, criaram, permanece em nossas vidas: Direito Romano, República, Senado, Pão e Circo. Filmes refletem o que foi o Império Romano, tanto históricos, quanto ficção científica. Exemplo disso é a série Star Trek, que claramente faz alusão a Roma, nas instituições, nomes, etc. 
Mas como nada dura para sempre, um dia esse grande império chegou ao fim!
A partir do século III, o Império Romano foi marcado por inúmeras crises, que vão culminar com sua derrota final. Dentre essas crises, podemos destacar a anarquia militar e as crises no campo e na cidade.
  • Anarquia militar - provocada pela disputa pelo poder entre os chefes militares, fortalecidos pelas guerras de conquista. Ocorreram vários golpes políticos e assassinatos de imperadores. Ninguém conseguia ficar no poder por muito tempo.
  • Enorme extensão territorial - no reinado de Trajano (98 a 117), o império atinge sua extensão máxima, conquistando quase todo o mundo ocidental conhecido, o que acaba por dificultar a administração territorial e militar.
  • Aumento de conflitos sociais - disputas entre patrícios e plebeus, acaba gerando grande instabilidade política.
  • Crescimento do Cristianismo - os ideais cristãos fortaleciam a resistência das camadas menos favorecidas, o que impulsionou a perseguição aos cristãos e sua religião. 
  • Migrações Bárbaras - bárbaros eram todos os povos que não falavam latim ou grego. Oriundos do norte da Europa e Ásia, deslocaram-se para os limites do império. De início, de maneira pacífica, na maioria de origem Germânica (suevos, lombardos, teutônicos e francos, godos, visigodos, vândalos e burgúndios), muitos viviam como colonos e chegaram a prestar serviço militar e a participaram da administração civil. Porém a partir do século V, as penetrações dos germânicos adquiriram caráter mais violento, principalmente em decorrência do deslocamento dos hunos, originários da Mongólia.

Todos esses fatores juntos, vão culminar com a desfragmentação do Império.
 Embora no final do século III as dificuldades foram relativamente superadas, o imperador Diocleciano assume o poder nesse contexto, e para facilitar a administração, ele dividiu o império em duas partes, administradas por quatro imperadores (Tetrarquia). Porém com a morte de Diocleciano, seus generais passaram a disputar o poder.
Constantino assumiu em 312, nesse quadro de evidente adversidade, e manteve-se como único imperador até 337. As crescentes dificuldades financeiras e a crise do sistema escravista enfraqueciam seu governo, e as fronteiras tornavam-se cada vez mais vulneráveis aos bárbaros. 
Em 395, o imperador Teodósio dividiu o império entre seus dois filhos: Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, e Arcádio, que ficou com o Império Romano do Oriente.



Como já disse, que nada dura para sempre, o Império Romano do Ocidente continuou se debilitando, sendo invadido por diversos povos bárbaros. Em 476, sob o poder do chefe germano Odoacro, dos Hérulos, Roma foi invadida e conquistada. O último imperador romano, Romulus Augustus, foi deposto (coincidências à parte, o primeiro imperador romano segundo a lenda, também foi Rômulo!). Fim do maior império já conhecido pelo Ocidente. O Império do Oriente ainda irá permanecer por mais mil anos, se tornando o Império Bizantino, que só chegará ao fim em 1453, sendo tomado pelos Turcos Otomanos.