segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A ERA DE OURO DO CAPITALISMO

"[...] Durante os anos 50, sobretudo nos países "desenvolvidos" cada vez mais prósperos, muita gente sabia que os tempos tinham de fato melhorado, especialmente se suas lembranças alcançavam os anos anteriores à Segunda Guerra Mundial. [...] Contudo, só depois que passou o grande boom, nos conturbados anos 70, à espera dos traumáticos 80, os observadores - sobretudo, para início de conversa, os economistas - começaram a perceber que o mundo, em particular o mundo do capitalismo desenvolvido, passara por uma fase excepcional de sua história; talvez única. [...] O dourado fulgiu com mais brilho contra o pano de fundo baço e escuro das posteriores Décadas de Crise." 
(Hobsbawm, Eric. A Era dos Extremos, o breve século XX. Cia das Letras. p. 253)
Entre 1945 e 1973, os países capitalistas tiveram um crescimento econômico muito grande, período em que o historiador Eric Hobsbawm chamou de "A Era de Ouro do Capitalismo" ou "Os anos Dourados". Período esse que segundo ele, só foi percebido quando já estava acabando e o mundo entrava em uma nova crise. 
Esse período de ouro, foi marcado principalmente pelo crescimento econômico, seguido de:

  • crescimento populacional acelerado;
  • expansão urbana, sustentado pelo intenso êxodo rural, principalmente em países pobres, que levará ao crescimento desordenado das cidades;
  • novas tecnologias gerando grande produtividade agrícola;
  • aumento de emprego e do consumo;
  • produção em massa que irá se estender até o setor alimentício (McDonald´s, que desde sua fundação, em 1955, adotou a linha de montagem no preparo dos alimentos);
  • era do automóvel que irá se expandir para diversos países da Europa, depois dos Estados Unidos;
  • dependência do petróleo - o combustível se torna barato, tornando o carro, o caminhão e o ônibus os meios de transportes mais utilizados;
  • globalização - implantação de multinacionais em países pobres (exemplo do Brasil, durante o governo de JK, que irá abrir a economia para capitais estrangeiros, principalmente automotivo) e economia mundial interdependente.
A Era de Ouro do Capitalismo também será marcada por vários movimentos, uma nova forma de pensar e ver o mundo. Movimentos que buscaram a liberação da mulher (movimentos feministas), movimentos pelos direitos dos negros, e movimento da cultura jovem. Hobsbawm irá chamar de Revolução Social e Cultural.
Movimentos feministas 
 "A entrada em massa de mulheres casadas - ou seja, em grande parte mães - no mercado de trabalho e a sensacional expansão da educação superior formaram o pano de fundo, pelo menos nos países ocidentais típicos, para o impressionante reflorescimento dos movimentos feministas a partir da década de 1960". (Hobsbawm. p. 305).
O movimento feminista irá buscar o reconhecimento dos direitos das mulheres e sua importância na sociedade: entrada no mercado de trabalho, sobretudo das casadas, formação superior e a partir da década de 60, a liberação sexual, causada em parte pela invenção da pílula anticoncepcional. As mulheres irão se organizar no decorrer da Era de Ouro em busca de vários outros direitos: salário igual ao do homem, legalização do aborto, aprovação do divórcio, direito de voto, participação política.

Movimento Negro Americano
Durante a década de 60, os negros irão se organizar em movimentos, onde lutavam pelos direitos civis e o fim da discriminação racial. Nesses movimentos irão se destacar os líderes Martin Luther King, Malcom X e o movimento dos Panteras Negras.
Martin Luther King se destacou por lutar de maneira pacífica, mobilizando milhares de negros americanos e obteve importantes leis que garantiam a igualdade de direitos entre brancos e negros. 
Malcom X ao contrário de Martin Luther King, que era pastor evangélico, era adepto ao islã, e acreditava no uso da força para conquistar os direitos dos negros. Ambos defenderam a comunidade negra e ambos foram assassinados por racistas brancos. 

Contracultura jovem
"A cultura jovem tornou-se a matriz da revolução cultural no sentido mais amplo de uma revolução nos modos e costumes, nos meios de gozar o lazer e nas artes comerciais, que formavam cada vez mais a atmosfera respirada por homens e mulheres urbanos." (Hobsbawm. p. 323).
O crescimento econômico da Era de Ouro irá repercutir no modo de vida dos jovens. A industria logo irá perceber o poder de compra dessa massa. A indústria fonográfica foi a que mais lucrou. Nesse período há o surgimento dos ídolos, como Elvis
Presley, Beatles, Rolling Stones, Janes Joplin, Jimi Hendrix, entre outros. 
O rock tornou-se simbolo da rebeldia jovem, que eram caracterizados pelas roupas informais como jeans e o cabelos longos.
A universidade perde seu caráter elitista e o jovens passam a ter contato com outras realidades por meio do estudo, intercâmbio, rádio e televisão, que irá criar neles uma nova consciência crítica. E enxergarão na corrida armamentista, nas guerras, no racismo e no consumismo os responsáveis pelas injustiças sociais. 
Os jovens desse período foram vistos muitas vezes
como subversivos, pois pregavam contra a ordem vigente. Destaca-se movimento hippie, que pregavam a paz, o amor, defendiam a liberação do corpo, dos desejos e da mente, com o uso de drogas. 
Os jovens vão protestar de diversas formas, como na música, em pichações, comícios e greves.





Referências Bibliográficas: HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos, o breve séculos XX. Cia das Letras. 2009.
DOMINGUES, Joelza Ester. História em Documento. FTD. 2009.


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