quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ILUMINISMO - O SÉCULO DAS LUZES

Iluminismo ou Ilustração foi um movimento intelectual que desenvolveu-se durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão e do conhecimento, que seriam a luz para iluminar a sociedade do Antigo Regime.
Esse movimento trouxe grandes mudanças no setor econômico, político e social na Europa e influenciou as grandes revoluções no mundo, como a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos da América. 
Esse movimento correspondia aos interesses da classe burguesa, que desejavam mais liberdade política e econômica. Os iluministas defendiam a não intervenção do Estado na economia (Liberalismo econômico), a igualdade jurídica entre os homens, liberdade de expressão e religiosa. 
O Iluminismo foi uma reação ao Antigo Regime, sistema baseado na divisão de classes e que privilegiava os nobres e o clero. Combatiam o absolutismo, os privilégios da nobreza e do clero, a intolerância religiosa, a falta de liberdade e o mercantilismo.


Pensadores iluministas
"O termo Iluminismo refere-se à razão (luz), a capacidade humana de conhecer, compreender e julgar. Apesar das diferenças e até das contradições entre as ideias dos pensadores iluministas, eles tinham como princípio básico confiar na razão como instrumento capaz de promover a crítica das questões que envolviam a sociedade e a natureza." (COTRIM-2008)




 John Locke (1632-1704), filósofo inglês, também conhecido como o "pai do iluminismo". Defendia o Liberalismo político, e que todos os homens tinham ao nascer, direitos naturais: direito à vida, à liberdade e à propriedade. E que os governos foram criados para garantir esses direitos e caso o governo não os respeitassem, o teriam o direito de se revoltar contra eles. O liberalismo político, nada mais é do que o direito de escolher o governo.



Voltaire (1694-1778), ou François Marie Arout Voltaire, foi um dos filósofos iluministas mais conhecido. Fez críticas à Igreja Católica e ao Absolutismo Francês, combateu a ignorância, o preconceito e a religiosidade exacerbada. Era totalmente a favor da liberdade de expressão, o direito que cada um tem de expressar aquilo que pensa. 




Montesquieu (1689-1755), Charles de Secondat Montesquieu. Defendeu a separação dos três poderes: Legislativo (elaborar e aprovar as leis), Judiciário (responsável por fiscalizar o cumprimento das leis) e Executivo (administrar o país e executar as leis). Em sua obra, o espírito das leis, dizia que "qualquer pessoa que tenha o poder tende a abusar dele", e que deveria evitar o poder nas mãos de uma só pessoa, por isso essa teoria dos Três poderes, que até hoje faz parte das democracias ocidentais. 











Rousseau (1712-1778), Jean-Jacques Rousseau. Em uma de suas obras, O contrato social, Rousseau defende a ideia de que o povo é soberano e que deve prevalecer a vontade geral (democracia). Segundo esse pensamento, se o governo escolhido pelo povo não o estiver representando, pode-se substituí-lo.















O Iluminismo na economia

Fisiocracia (palavra de origem grega, que siginifica "governo da natureza") - os fisiocratas foram os primeiros a criticar o mercantilismo, politica econômica do Antigo Regime. Acreditavam que a única fonte de riqueza era a terra e que a agricultura era a mais importante atividade econômica. 








Liberalismo econômico - Tendo como criador Adam Smith, essa ideia divergia dos fisiocratas: a única fonte de riqueza era o trabalho, e não a terra. Defendiam o livre comércio e a não intervenção do Estado na economia.







Déspotas esclarecidos
Alguns reis absolutistas se apropriaram de algumas ideias iluministas para diminuir a crítica aos seus governos, como uma forma de se garantir no poder. Para isso, realizaram várias reformas, e ficaram conhecidos como "déspotas esclarecidos" ou "absolutismo ilustrado". A ideia era modernizar seus países.  Dentre os principais despostas esclarecidos, podemos citar:
Frederico II, da Prússia - aboliu as torturas, fundou escolas e estimulou o desenvolvimento da indústria e da agricultura.
Catarina II, da Rússia - construiu escolas, fundou hospitais e modernizou a cidade de São Petersburgo.
Marquês de Pombal - modernizou o exército, incentivou o comércio e as manufaturas portuguesas entre outros.

Enciclopédia
Como os iluministas acreditavam que só a razão e o conhecimento poderiam trazer luz a sociedade vigente, publicaram a partir de 1751, na França, uma obra chamada Enciclopédia, composta de 35 volumes e 2885 ilustrações. Levou 21 anos para ser editada. A ideia era reunir todo conhecimento produzido até então.
A obra chegou a ser proibida e retirada de circulação, pois fazia críticas ao Antigo Regime, aos reis a à Igreja.
As ideias iluministas rapidamente se espalharam pelo mundo, influência várias movimentos, revoluções e até hoje podemos perceber seus princípios em nossa Constituição brasileira, na democracia ocidental. 









[...] A maioria dos filósofos do iluminismo tinha uma crença inabalável na razão humana. Isto era algo tão evidente que muitos chamam o período do iluminismo francês simplesmente de 'racionalismo'.[...]
Entre o povo, porém, imperavam a incerteza e a superstição. Por isso, dedicou-se especial atenção à educação. [...] Os filósofos iluministas diziam que somente quando a razão e o conhecimento tivessem difundido entre todos é que a humanidade faria grandes progressos. Era apenas uma questão de tempo para que desaparecessem a irracionalidade e a ignorância e surgisse uma humanidade iluminada, esclarecida. [...]
Jostein Gaarder. O mundo de Sofia.
São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 338 e 340




Referências: COTRIM, Gilberto. História Global, Brasil e Geral. Editora Saraiva, 2005. p. 266 a 273.
BOULOS,  Alfredo. História, Sociedade & Cidadania. Editora FTD, 2012. p. 86 a 94.

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