Depois da abdicação de D. Pedro I, o Brasil passou pelo período conhecido como "Período Regencial", época em que fomos governados por "regentes". Pedro de Alcântara, herdeiro do trono, filho de Dom Pedro, era ainda criança, sem condições de governar, então o governo ficou nas mãos das elites, que disputavam o poder entre si. Foi um período marcado por divergências políticas, problemas econômicos e insatisfações populares e sociais.
De 1831 a 1840, o período regencial abriu espaço para várias correntes políticas e ideológicas, como os liberais e conservadores. Mas o Período Regencial foi marcado principalmente pelas rebeliões, geradas basicamente pela crise econômica e insatisfação popular. Ideias liberais e reformistas vão influenciar as camadas populares e as classes médias urbanas.
Dentre esses vários movimentos, podemos citar: a Cabanagem; a Sabinada; a Balaiada; e a Revolução Farroupilha (A revolução dos ricos). Aqui vou me ater a Farroupilha.
A Revolução Farroupílha também conhecida como Guerra dos Farrapos, que durou de 1835 a 1845, foi a mais longa revolta do Período Regencial e Imperial e ocorreu na província do Rio Grande do Sul.
De caráter elitista, foi marcada pela participação dos estancieiros - fazendeiros ricos - que buscavam seus interesses econômicos e políticos. Segundo Gilberto Cotrim, "o povo só participou do movimento como massa de manobra, isto é, sob o controle dos grandes fazendeiros." (História e Consciência do Brasil, p. 188).
Nesse período, O Rio Grande do Sul era um grande produtor de charque e também outros produtos, que eram vendidos principalmente para o nordeste. A insatisfação dos fazendeiros estava no aumento exorbitantes de seus impostos e o baixo preço de seus produtos e a concorrência com países como Argentina. Esperavam do governo uma maior proteção para seus negócios.
Havia também, a disputa política entre os liberais exaltados, os farroupilhas,e os moderados. Sem contar as ideias republicanas que fervilhavam em suas províncias. Todos esses fatores vão desencadear na revolta que irá durar 10 anos.
Em 20 de setembro de 1835 os farroupilhas, comandados por Bento Gonçalves tomam Porto Alegre e a partir daí, várias batalhas entre os farroupilhas (rebeldes) e os caramurus (nome pela qual os farroupilhas chamavam os imperiais), vão marcar esse período. Os farroupilhas vão conseguir várias vitórias, inclusive, vão fundar a República Rio-Grandense em 1836 e a República Juliana, em Santa Catarina, em 1839.
O governo regencial reagiu energicamente e em 1842, sob o comando de Luís Alves Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias, a revolta foi sendo controlada.
Os farroupilhas comandados por Davi Canabarro, sem condições de manter a guerra, realizam um acordo de paz com os caramurus (tropas imperiais), comandados por Duque de Caxias, em 1o. de março de 1845. Era o fim da Revolução Farroupilha.
Uma revolta que marcou o Rio Grande do Sul, que marcou o Brasil. Diferente das demais por ser exclusivamente elitista, sem nenhum interesse em melhorias sociais ou melhorias para a população. Conhecida como "a revolução dos ricos", queria apenas garantir o lucro dos grandes estancieiros, sua liberdade política e administrativa e o seu poder político.
Vários de seus líderes são conhecimentos até hoje, tendo seus nomes lembrados em ruas e cidades, principalmente no Rio Grande do Sul: Bento Gonçalves, Davi Canabarro, Giuseppe Garibaldi, Anita Garibaldi, Bento Manuel, General Neto, Afonso Corte Real, entre outros.
Referências bibliográficas: COTRIM, Gilberto. História e consciência do Brasil. Editora Saraiva, 1985. p. 188 e 189.
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